O tema "Opium" é a faixa 2 do álbum "Irreligious" dos Moonspell, editado em 1996. Nesta canção, parece líquida a relação entre Álvaro de Campos e Moonspell. O tema é inspirado no poema "Opiário" do heterónimo pessoano que quis "sentir tudo de todas as maneiras". Curiosamente, quer Pessoa quer os Moonspell viveram uma mesma fatalidade - a incapacidade de muitos de apreciarem a dimensão artística das obras criadas, não indo além daquilo que se lê: Pessoa passou por drogado; os Moonspell foram acusados de incitarem os jovens ao consumo de droga. Mas, felizmente, as críticas passam e as obras ficam.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
EPICURISMO... rústico
Num tempo em que o professor vive a angústia de cativar os alunos para as matérias que lecciona, num tempo em que a palavra poesia parece rimar com heresia, num tempo em que fazemos das tripas coração para convencer esses alunos que os livros são algo mais do que "papéis pintados com tinta", uma proposta como a dos Gato Fedorento é uma arma que não se pode desperdiçar, quando pretendemos falar, por exemplo, da poesia de Ricardo Reis.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
SEMEAR A LEITURA - mensagem plural
No âmbito do contrato de leitura recreativa que realizei com os meus alunos do 1oº ano, no ano lectivo 2007/08, recolhi algumas imagens que agora edito em vídeo. Esta é uma mensagem plural, fragmentária, escrita por quem está a descobrir que "o sonho comanda a vida".
sábado, 11 de outubro de 2008
RUA DA POESIA
No sítio Rua da Poesia, é possível aceder a um interessante arquivo de poesia de autores portugueses. Vale a pena visitá-lo.
http//www.ruadapoesia.com/content/view/50/39/
http//www.ruadapoesia.com/content/view/50/39/
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
terça-feira, 7 de outubro de 2008
GATO QUE BRINCAS... F. PESSOA
Ah, poder ser "Bruto" como o gato,
não ter esta angústia invejosa
de quem não consegue Ser!
ALBERTO CAEIRO
Ó MESTRE, conta-me de novo a história do teu menino Jesus!
domingo, 5 de outubro de 2008
SER PROFESSOR...




Comentários:
Olá António, lindo quadro...gostaria de adquiri-lo para praticar tiro ao alvo. Agora já entendo porque nunca gostei de maçãs vermelhas...
6 de Outubro de 2008 12:54, Helena Cunha
Já vi muitos retratos de sua Excelência, a Ministra da Educação, mas nenhum tão real como este.
Penso que a maçã representa a Educação, e ela enveneou-a de tal forma que não sei onde isto vai parar...
7 de Outubro de 2008 11:43, Ana Alves
sábado, 4 de outubro de 2008
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA: TRAILER
Diz Saramago ao homem:
- Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.
Pergunta um americano:
- Are you talking to me?!
COPIAR
Alice Vieira sobre a cópia nas escolas

" (...) Hoje em dia são os professores que ensinam os alunos a copiar. Que os incentivam a copiar.
Hoje em dia a cópia está institucionalizada
Hoje em dia os alunos nem entendem que possa ser de outra maneira.
Chamem-lhe o que quiserem "descarregar", "fazer download", o que quiserem: nunca deixará de ser uma cópia.
Eu chego a uma escola e ouço "Os alunos fizeram muitos trabalhos a seu respeito". E encontro 50, 100, 200 trabalhos rigorosamente iguais; iguais, por sua vez, aos que já tinha encontrado na escola anterior, e na outra, e na outra, com os mesmos erros (nem a Wikipedia nem o Google são infalíveis…), com as mesmas desactualizações, com palavras difíceis de que nenhum deles sabe sequer o significado, etc..
Os meninos são ensinados a mexer num computador, a carregar nos botõezinhos necessários para que o texto apareça - mas depois ninguém lhes ensina que isso não basta, e que trabalhar e pesquisar não é isso. Isso é, pura e simplesmente, copiar. E, como se dizia no meu tempo, copiar não vale.
É claro que, quando lhes tento explicar isto, eles nem entendem de que é que eu estou a falar.
O pior é que os professores, quase todos eles muito jovens, também não. (...)".

" (...) Hoje em dia são os professores que ensinam os alunos a copiar. Que os incentivam a copiar.
Hoje em dia a cópia está institucionalizada
Hoje em dia os alunos nem entendem que possa ser de outra maneira.
Chamem-lhe o que quiserem "descarregar", "fazer download", o que quiserem: nunca deixará de ser uma cópia.
Eu chego a uma escola e ouço "Os alunos fizeram muitos trabalhos a seu respeito". E encontro 50, 100, 200 trabalhos rigorosamente iguais; iguais, por sua vez, aos que já tinha encontrado na escola anterior, e na outra, e na outra, com os mesmos erros (nem a Wikipedia nem o Google são infalíveis…), com as mesmas desactualizações, com palavras difíceis de que nenhum deles sabe sequer o significado, etc..
Os meninos são ensinados a mexer num computador, a carregar nos botõezinhos necessários para que o texto apareça - mas depois ninguém lhes ensina que isso não basta, e que trabalhar e pesquisar não é isso. Isso é, pura e simplesmente, copiar. E, como se dizia no meu tempo, copiar não vale.
É claro que, quando lhes tento explicar isto, eles nem entendem de que é que eu estou a falar.
O pior é que os professores, quase todos eles muito jovens, também não. (...)".
in Jornal de Notícias, 3.Fev. 2008
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
MANIFESTO
Ritmos impensados e interiores inexistem
Na matéria de que sou feita,
Na anti-existência das minhas palavras inventadas,
Anti-música, amoral desapegada,
Colada às paredes de uma caixa cristianizada,
Ouvi lá longe nos montes,
Ouvi:
…
Não, silêncio, anti-silêncio que se auto-abafa.
Pois que montes, que montes?
E que longe? Perto e antes fosse a meio,
A anarquia nunca se é, impõe-se como não sendo
Quereis a ordem mais que quereis o resto.
Manifesto o meu desagrado
Numa petição inacabada: virtual não é imaginado
Virtual é real imitado e
Tão triste e tedioso como só o real realizado.
Concretizado o enfado, e de cima do estrado
As térmitas amontoam-se e fazem desfiles.
Adiante carneirada! Vida regrada
Saudável exercício do espírito encarnado
Legumes e fibra, água e marasmo.
Na flacidez natural das ideias
Terceiras e centésimas intenções do demónio!
Demónio? Satã!
Pulsando debaixo do divã.
Que esforço, que fundo me escavo!
Ou não, não! raspo a superfície
Mas esforçadamente
Porque consciente
Tudo custa, tudo perdura
Vê-se e revê-se e agoniza-se.
Agoniza-se, e como!
Ana Sardoeira
Na matéria de que sou feita,
Na anti-existência das minhas palavras inventadas,
Anti-música, amoral desapegada,
Colada às paredes de uma caixa cristianizada,
Ouvi lá longe nos montes,
Ouvi:
…
Não, silêncio, anti-silêncio que se auto-abafa.
Pois que montes, que montes?
E que longe? Perto e antes fosse a meio,
A anarquia nunca se é, impõe-se como não sendo
Quereis a ordem mais que quereis o resto.
Manifesto o meu desagrado
Numa petição inacabada: virtual não é imaginado
Virtual é real imitado e
Tão triste e tedioso como só o real realizado.
Concretizado o enfado, e de cima do estrado
As térmitas amontoam-se e fazem desfiles.
Adiante carneirada! Vida regrada
Saudável exercício do espírito encarnado
Legumes e fibra, água e marasmo.
Na flacidez natural das ideias
Terceiras e centésimas intenções do demónio!
Demónio? Satã!
Pulsando debaixo do divã.
Que esforço, que fundo me escavo!
Ou não, não! raspo a superfície
Mas esforçadamente
Porque consciente
Tudo custa, tudo perdura
Vê-se e revê-se e agoniza-se.
Agoniza-se, e como!
Ana Sardoeira
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