Ritmos impensados e interiores inexistem
Na matéria de que sou feita,
Na anti-existência das minhas palavras inventadas,
Anti-música, amoral desapegada,
Colada às paredes de uma caixa cristianizada,
Ouvi lá longe nos montes,
Ouvi:
…
Não, silêncio, anti-silêncio que se auto-abafa.
Pois que montes, que montes?
E que longe? Perto e antes fosse a meio,
A anarquia nunca se é, impõe-se como não sendo
Quereis a ordem mais que quereis o resto.
Manifesto o meu desagrado
Numa petição inacabada: virtual não é imaginado
Virtual é real imitado e
Tão triste e tedioso como só o real realizado.
Concretizado o enfado, e de cima do estrado
As térmitas amontoam-se e fazem desfiles.
Adiante carneirada! Vida regrada
Saudável exercício do espírito encarnado
Legumes e fibra, água e marasmo.
Na flacidez natural das ideias
Terceiras e centésimas intenções do demónio!
Demónio? Satã!
Pulsando debaixo do divã.
Que esforço, que fundo me escavo!
Ou não, não! raspo a superfície
Mas esforçadamente
Porque consciente
Tudo custa, tudo perdura
Vê-se e revê-se e agoniza-se.
Agoniza-se, e como!
Ana Sardoeira
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